SEDUÇÃO
1- Abandone a ilusão de que seu parceiro é previsível, sua relação
estável e de que você não precisa mais seduzir o outro, pois já o
“conquistou”. Casais que estão juntos há muito tempo podem acabar
deixando de lado pequenos atos de sedução e demonstrações de
carinho, achando que “não precisa mais”. Esta é uma falha grave. Tente
se lembrar do que você fazia para agradar seu par no início do
relacionamento e não deixe esses hábitos caírem no esquecimento.
Portanto, nada de lingerie velha e aparência descuidada! Para os homens,
vale lembrar que toda mulher gosta de se sentir cortejada e especial,
nada de trocar os jantares e as saídas por noites na frente da
televisão!
DISTÂNCIA
2- Esqueça a ideia de que vocês devem se fundir em um só. Alimente sua
individualidade. O desejo requer alguma distância. Trocando em miúdos:
preserve seus próprios interesses e sua vida particular. Partilhar
senhas de e-mail e redes sociais não é prova de amor, é invasão
de privacidade!
CONVERSAR
3- Diálogo é bom, mas não é sinônimo de bom sexo. Homens e mulheres se
expressam de forma diferente. Homens podem ter dificuldade em expressar
sentimentos com palavras, mas demonstram amor fazendo coisas boas pela
parceira, por exemplo. Ser absolutamente sincero pode aumentar a
distância entre o casal e até gerar obstáculos intransponíveis. Nas
palavras da autora, “quando só valorizamos o que é revelado por
palavras, prestamos um desserviço a nós mesmos”. Sabe aquela conversa
dos homens sobre fazer as pazes com sexo? Muitas vezes, depois de uma
briga, o sexo pode ser uma forma melhor de o casal ficar bem do que a
famosa “DR” (discussão da relação) da qual eles tanto fogem! Ninguém
está recomendando
que a mulher deva aceitar fazer sexo mesmo estando magoada, mas vale a
pena entender que os homens costumam ter dificuldades em expressar o que
sentem com palavras e se aproximar fisicamente de você pode ser a
maneira dele pedir desculpas.
RESPEITO
4- Respeite as diferenças. Igualitarismo entre homens e mulheres é
legal, mas pode inibir o sexo. Desequilíbrio de poder na cama não
significa desrespeito à mulher. “A ênfase no sexo igualitário e
respeitoso, sem poder, agressão e transgressão é antagônico ao desejo
erótico para os homens e mulheres”. Para Perel, “a agressividade, sendo
uma emoção humana, não pode ser purgada das interações humanas,
especialmente entre duas pessoas que se amam. A agressividade é o lado
obscuro do amor. É também um componente intrínseco à sexualidade,
e jamais pode ser inteiramente extirpado das relações sexuais.”
PROBLEMAS
5- Aceite que não há fórmula mágica. A ênfase contemporânea na
necessidade de ter sucesso na resolução de todos os problemas pode
confundir os casais, que passam a achar que há alguma “receita de bolo” a
ser seguida. A tensão entre a segurança e a aventura, segundo Esther
Perel, não é um problema a ser resolvido; é um paradoxo a ser
administrado. E, o mais importante, este conflito pode e deve ser
trabalhado, mas não se iluda achando que conseguirá eliminá-lo.
CONTRADIÇÕES
6- Avalie suas contradições. Toda a indústria de diversões sexuais que
paira na periferia do casamento funciona como uma sirene incômoda
lembrando, o tempo todo, tudo que precisamos sacrificar em troca da vida
familiar. Ou seja, há uma “profunda iscrepância entre o que nos
estimulam a querer e o que nos permitem ter”. Para ilustrar como ainda
há toda uma aura de puritanismo acima de nossas cabeças, Perel cita a
forma conservadora como os norte-americanos tratam a sexualidade
adolescente, em contraste com os europeus. Enquanto aqueles pregam que a
sexualidade na adolescência é perigosa e deve ser evitada, estes coisas
que só admito fazer fora do meu casamento? Esta é válida especialmente
para os homens: será que você realmente não divide as mulheres entre “as
outras”, com quem tudo é permitido e a “sua”, com quem não faz “certas
coisas”?
MEDO
7- Perca o medo de ser frágil. Sim, o
amor nos deixa vulneráveis. Esta constatação pode tornar o amor algo a
ser evitado por toda uma geração que cresceu sendo ensinada a ser forte e
independente. Nas palavras de uma jovem mulher que só conseguia fazer
sexo e não amor, “nos ensinaram a autonomia, não a dependência”. E,
surpresa… para amar é necessário sim tolerar uma certa dose de
dependência e vulnerabilidade. É preciso se entregar realmente para o
outro, sem medo de ser (ou não) feliz!
FILHOS
8- Atenção com a chegada dos filhos. Filhos são uma benção, mas
desestabilizam o casal. Na transição de dois para três, a relação muitas
vezes desanda. O bebê nasce e os pais se apaixonam por ele,
especialmente a mãe. Como a paixão exige exclusividade, pode ser
difícil para a mulher se interessar por qualquer outra pessoa que não
seja o novo filho. Muitas mulheres, ao se tornarem mães, sentem que não
lhes falta mais nada, e, por isso, o parceiro se torna dispensável.
Entretanto, esperar satisfação emocional e física apenas por parte
da criança é uma das piores coisas que se pode fazer não apenas contra
si mesmo, mas contra a própria criança. Mães que se voltam
exclusivamente para o filho e depositam todas as suas necessidades de
carinho e conforto nesta relação criam filhos dependentes, que se
sentirão aprisionados e culpados quando finalmente chegar a hora de se
desligar da mãe em favor dos amigos e, posteriormente, da sua própria
família. Portanto, nem que seja pela saúde emocional da sua própria
prole, volte-se para outras fontes de prazer além dela. “Quando estamos
emocional e sexualmente satisfeitos, permitimos que nossos filhos vivam a
própria independência com liberdade e apoio.” Resumindo: filhos devem
dormir no seu próprio quarto e não na cama dos pais. Devem saber que há
atividades de criança e atividades que são de adulto. Os casais devem
reservar momentos para saírem a sós, sem as crianças. Baby sitter
não deve ser um artigo de luxo, mas estar no topo da lista de
prioridades financeiras do casal com filhos pequenos.
FANTASIA SEXUAL
9- Fantasie. Fantasia sexual aqui não significa apenas atuações, como
encenações, strip-teases ou outros atos. Fantasias são também
pensamentos, ou seja, podem ficar apenas no plano da imaginação. Através
das fantasias sexuais – realizadas ou imaginadas – atuamos e
trabalhamos conflitos em relação a nossos desejos, nossos corpos e, por
que não, nossos traumas e medos. A fantasia sexual permite, por exemplo,
que uma mulher libere sua agressividade sem deixar de
ser feminina e que outra que sempre se sentiu feia e inadequada vire a
mais cara e desejada garota de programa. Através da imaginação, podemos
nos relacionar com outras pessoas sem trair de fato e sem colocar nosso
casamento em risco. As fantasias podem ser contadas para o parceiro, mas
isso não é necessário. Não é preciso partilhar seus desejos mais
secretos se você não se sente à vontade com isso. Mas permita-se
imaginar tudo aquilo que lhe dá prazer e não se preocupe se sua fantasia
não é compatível com suas crenças morais ou religiosas, por exemplo.
Isso é extremamente comum e não representa problema algum.
RELACIONAMENTO LONGO
10- Abandone o mito de que sexo tem que ser espontâneo. A espontaneidade
é um conceito maravilhoso, mas é ilusão acreditar que ela se manterá em
uma relação prolongada. Em um relacionamento longo, o que quer que
fosse acontecer naturalmente” já aconteceu. “Agora, o casal tem que
fazer acontecer”, diz Perel. Muitas pessoas associam planejamento
com estabelecimento de horário, estabelecimento de horário com trabalho e
trabalho com obrigação. Mas porque aceitamos planejar o jantar
(pensamos nas opções, decidimos o cardápio, fazemos a lista dos
ingredientes, preparamos a refeição horas antes) mas recusamos planejar o
sexo?
Não é necessário estipular todos os detalhes com antecedência, mas é sim
necessário, no cotidiano corrido em que vivemos, separar um tempo
específico para estar juntos e transar.
FONTE: Doutora Esther Perel - Terapeuta de casais